Trinta e dois
Eu acho que eu sou um poço, um poço de muitas coisas seja de possíveis decepções e arrependimentos, um poço de memórias e histórias, um poço de nada talvez... Sempre reparei nesse vazio e nessa imensidão não só dentro de mim mas como em tudo em volta, como tudo é tão vazio e como talvez nada consiga me preencher assim como nada consiga preencher tudo, falo falo falo e falo umonte como se os outros também não tivessem problema pois na minha cabeça eu não tenho esse direito de reclamar, eu tenho que me calar não só sobre minhas coisas e minhas questões mas eles fazem questão de me calar quando vejo algo errado "Não conta pra fulano isso" "Não diz que eu fiz isso" e depois fingindo simpátia, me falaram sobre isso e me imploraram pra não falar nada, e eu apenas fiz o que me pediram e foram enchendo esse poço, enchendo de mentiras e das mentiras eu fiz minha arte, por muito tempo menti desenfreadamente, eu mentia sobre tudo e sobre todos com uma facilidade inigualável, considero minhas mentiras muito bem contadas, tão bem contadas que eu passei a acreditar nelas e viver no mundo das mentiras... Até que em um momento eu me cansei disso, eu não podia mais mentir pra mim, mentir prós outros assim eu simplismente não vivia, a minha vida era a mentira que eu tinha contado pra mim, então finalmente me abri pra realidade e decidi viver sem mentir compulsivamente e foi muito difícil foi um grande esforço mas pra que? Por que eu fiz isso? Eu simplismente não paro de me arrepender, a vida nas mentiras cheias de ilusões feitas pra mim, eu não precisava decepcionar ninguém, eu não me decepcionava e era tudo tão fácil, a realidade é desconfortável e aqui eu decepciono os outros, aqui eu erro e erro muito muito muito, aqui os outros vão embora quando me abro pra eles, aqui as pessoas se aproveitam da minha bondade por seus próprios interesses. Talvez eu tenha me perdido nesse texto e como em todos os outros eu não sei se ele faz sentido ou se alguém além de mim vai entender, eu peço desculpas se eu te decepcionei, eu sei que não sou tudo aquilo que talvez eu parecia ser, talvez eu não seja aquilo que prometi ser, mas eu tento meu máximo pra ser aquilo que posso, aquilo que faça o mínimo de sentido pra mim e as vezes nem isso, o mundo é um lugar enorme pra descobrir as coisas mas tenho certeza que minha mente é maior ainda, espero explorar ela antes do meu fim, espero que até lá as pessoas se toquem de várias coisas, afinal de contas tudo que sobra depois da morte são arrependimentos e lembranças...
Ps: Desculpa a demora galera fiquei sem criatividade
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