Quarenta e oito

Poxa a verdade é que eu não sei, eu não sei muita coisa, eu esqueço muitas coisas e deixo de fazer muitas coisas, eu tenho medo, medo de muitas coisas e são coisas das quais eu não tenho controle, muitas delas são somente coisas que eu penso, ideias, pessoas, sentimentos. A vastidão e a imensidão de sentimentos e sensações tornam tudo mais complicado, existe um problema de ver além da pessoas que é, você não sabe se é de fato o que você está pensando por exemplo "Essa pessoa provavelmente está assim pois algo aconteceu" mesmo nas pequenas atitudes delas o problema surge quando se tem muita ansiedade sobre algo, então reparar em qualquer coisa extremamente pequena é algo muito grande pra mim "Tá algo aconteceu, mas será que foi eu? Eu fiz alguma coisa? Deixei de fazer alguma coisa?" eu tenho vergonha de perguntar, medo de perguntar, você nunca sabe o que pode ser a resposta, você nunca sabe o que pode acontecer, eu vejo amigos meus deixando de ser meus amigos por motivos nos quais eu não tenho controle, eu vejo pessoas indo embora por coisas que eu nunca fiz, por motivos que eu nunca vou saber, fico em uma imensidão de sentimentos e confusões, atiro pra todos os lados e sinto que todos os tiros voltam pra mim, preciso encontrar a paz, mas não dentro de mim, dentro de mim a caos e improbabilidade um descontrole uma energia que é tão grande que eu não sei a imensidão, como encontrar a paz se não posso estar em paz comigo, seria observando uma paisagem ou meditando? De qualquer forma nenhum método convencional será o suficiente pra parar esse caos, já que não posso acalmar ele devo viver ele? Talvez isso só não tenha um motivo ou uma razão, talvez eu não precise da solução, talvez eu devesse ignorar como já me falaram? Eu observo entre essas linhas tantas conexões e tantos motivos, vejo por fora e entendo por dentro, eu olho nos seus olhos, nas suas ações, palavras, tom de voz, o jeito como se move e entendo o que está acontecendo, eu só não entendo o motivo, mas do que adianta se eu não sei o motivo, eu deveria ir atrás? Será que eu consigo ajudar? Eu devo ajudar? Eu fiz algo? Odeio pensar nessas coisas mesmo percebendo tudo, odeio pensar que sou a razão de todos os problemas, ou que é tudo culpa minha, seria muito egocêntrico da minha parte, por que seria tudo culpa minha? O mundo não gira em torno de mim, eu não sou o centro do mundo. Queria pensar que não é minha culpa pois não fiz nada de errado, ter a consciência leve de que não fiz nada, de que dei meu máximo, de que fiz o certo, mas ao invés disso penso que se eu achar que a culpa é minha seria muito egocêntrico, isso me deixa acorrentada, eu penso tantas coisas parecidas e não falar me faz muito mal, mas falar me torturaria por dentro por sequer ter falado isso um dia. Talvez o silêncio seja uma benção, talvez a dor seja a liberdade e talvez a vida seja uma mera vontade 

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